sábado, 30 de novembro de 2013

Repressão e Criminalização dos Lutadores Populares em Mato Grosso

29613_455903537863291_81454816_nMais uma vez presenciamos a demonstração dessa ditadura disfarçada de democracia no Estado de Mato Grosso; dessa vez, especificamente no município de Várzea Grande. No dia 29 de novembro de 2013, foi realizada uma manifestação contra a máfia do transporte, que toma conta tanto na cidade de Cuiabá como em Várzea Grande; em Várzea Grande, a população há anos sofre com o descaso dos ditos “representantes” do povo, com enormes problemas na saúde/educação/transporte/moradia, vivenciando cotidianamente os transtornos das obras da Copa do Pantanal.
A população várzea-grandense, além de não possuírem transporte público de qualidade, receberam um presente de natal antecipado, no qual foi construído uma divisão dentro do terminal rodoviário André Maggi. Essa divisão foi feita com catracas e grades de ferro, que força (forçava) a população a pagar duas passagens para poderem pegar outro ônibus e deslocarem-se para outros pontos da cidade e regiões vizinhas. Pode parecer algo simplório, porém, a população não possui o direito de efetuar integração, sem esquecer dos estudantes que não possuem passe-livre estudantil.
Cansados de todo esse abuso gerado pela máfia do transporte (AGER/MTU/EMPRESÁRIOS/PREFEITURA), foi realizada uma manifestação, no dia já citado anteriormente, na qual a própria população aderiu ao ato e arrancou catracas e retiraram as grades que impossibilitavam e aplicavam o roubo contra os passageiros. Foi uma enorme demonstração do quanto a população está cansada de todos esses desvios escancarados para as obras da Copa do Mundo. Foram 25 presospresos políticos, é claro, boa parte menores e que já foram soltos; no atual momento (30/11/2013), estamos contando com 12 presos políticos.
Nossa maior preocupação agora é a possibilidade de os 12 serem destinados para o presídio Carumbé, caso não paguemos fiança para liberação dos mesmos. O delegado determinou fiança de 8 salários mínimos por militante, que gera o montante de aproximadamente R$ 65.000,00. Estamos atrás de toda solidariedade possível nesse momento, além do suporte jurídico que já está nos acompanhando, estamos precisando de apoio financeiro de todos os companheiros e companheiras que possam contribuir com qualquer valor para que possamos libertar nossos presos políticos.
Não podemos esquecer que isso não passa de uma prática de terrorismo psicológico, que muito foi exercida nos períodos da Ditadura Militar na América Latina como um todo.
NÃO SE INTIMIDAR, NÃO DESMOBILIZAR. NENHUM LUTADOR SOCIAL SEM SOLIDARIEDADE!PROTESTO NÃO É CRIME E NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA!
Rusga Libertária / Resistência Popular–MT / MST / Coordenação Anarquista Brasileira-CAB/SINTECT – MT / Autonomia e Luta /

Pedido de Solidariedade Financeira!

São 11 os presos políticos que já foram encaminhados para os seguintes presídios: Carumbé (masculino) e Ana Maria do Couto (feminino). Foi determinado fiança de R$5.000,00 por militante preso, que gera o montante de R$ 55.000,00. Estamos atrás de toda solidariedade possível nesse momento, além do suporte jurídico que já está nos acompanhando. Estamos precisando de apoio financeiro de todos os companheiros e companheiras, lutadoras e lutadores que possam contribuir com qualquer valor para que possamos libertar nossos presos políticos.
Yan Rocha: AG 0686 OP 013 C/P 15585-6 (Caixa Econômica Federal)
Jelder Pompeu de Cerqueira: AG 1461-3 C/C 53860-4 (Banco Bradesco)
Edzar Allen de M. Santos: AG 1216-5 C/C 73070-X (Banco do Brasil)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

FELIPE CORRÊA E RAFAEL V. DA SILVA. “ANARQUISMO, TEORIA E HISTÓRIA”

Felipe Corrêa e Rafael Viana da Silva. “Anarquismo, Teoria e História”

Neste texto, os autores propõem uma rediscussão do anarquismo, a partir da interdepedência entre teoria e história. Iniciando com um balanço sobre os estudos do anarquismo e o contexto atual, eles elaboram uma crítica dos estudos anteriores, fundamentados no senso comum, nas abordagens ideológicas e em problemas teórico-metodológicos significativos. Propondo novos elementos teórico-metodológicos, elaboram sete teses sobre o anarquismo, que colocam em xeque grande parte das conclusões de estudos anteriores. Essas sete teses afirmam o seguinte: 1.) Anarquismo não é sinônimo de individualismo, antiestatismo ou antítese do marxismo; constitui um tipo de socialismo caracterizado por um conjunto preciso de princípios político-ideológicos, que inclui a oposição ao Estado, mas que não se resume a ela; 2.) O anarquismo baseia-se em análises racionais, métodos e teorias que não são idealistas (explicações metafísicas/teológicas). Não afirma, em geral, a prioridade das idéias em relação aos fatos; apresenta distintas posições teóricas a este respeito; 3.) Os debates fundamentais do anarquismo se dão em torno dos seguintes temas: organização, lutas de curto prazo e violência. Os anarquistas não negam completamente a organização e as lutas de curto prazo, que são defendidas pela maioria deles; 4.) O anarquismo não é incoerente, sendo que seus princípios demonstram a existência de uma coerência. As divergências estão nos debates estratégicos, que dão origem às diferentes correntes anarquistas; 5.) O anarquismo não é negação da política, do poder. Os anarquistas defendem uma determinada concepção de política e de poder; entretanto, para essa reflexão, é necessária uma padronização conceitual; 6.) A extensão e o impacto do anarquismo são amplos: de 1868 ao presente nos cinco continentes; 7.) O anarquismo mobilizou classes dominadas como um todo, em especial proletariado urbano (operariado).

* Baixe o artigo completo aqui: Felipe Corrêa e Rafael Viana da Silva – Anarquismo, Teoria e História

Fonte: 
Instituto de Teoria e História Anarquista (ITHA)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CAB - Especial protestos no Brasil – análises regionais


Seguem os links com as análises das organizações anarquistas da Coordenação Anarquista Brasileira ou próximas sobre as recentes mobilizações que sacudiram o país.

Notas da Coordenação Anarquista Brasileira

Notas estaduais

Alagoas
Rio Grande do Sul
Paraná
Santa Catarina
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo

Outros textos

CARTA DE BOAS VINDAS AO NARC - NÚCLEO ANARQUISTA RESISTÊNCIA CABANA



O Coletivo Anarquista Ademir Fernando (CAAF) vem através desta nota desejar prosperidade e força a nova organização anarquista especifista brasileira, Núcleo Anarquista Resistência Cabana (NARC). É com grande satisfação que vemos a consolidação deste novo núcleo para somar forças na luta contra o Estado, contra o capital, contra a exploração e a desigualdade social, além de fortalecer a corrente anarquista em busca da ascensão do poder popular e a transformação social para um socialismo libertário. 

O CAAF cumprimenta aos/as companheir@s do NARC pela iniciativa de promover mais uma organizaçãode cunho político com caráter popular, classista e libertário, buscando a construção coletiva deforma autogestionada, autônoma e anti-autoritária. Também parabeniza o núcleo pela valorização de sua história e história do povo através da inspiração nas lutas amazônicas, em principal a Revolução Cabana, e nos agrupamentos de resistência popular, libertários e anarquistas da região a qual pertencem. Nós do CAAF acreditamos ser de grande importância que as organizações anarquistas valorizem e façam parte da história, cultura e cotidiano do local onde se encontram, sendo identificados enquanto povo e tendo como identidade a realidade desse povo, que no nosso caso, é o Recôncavo Baiano. 

Saudamos noss@s nov@s companheir@s e esperamos estreitar os laços entre as duas organizações, para que junt@s caminhemos rumo a uma sociedade sem patrão, sem fronteiras, sem Estado, sem desigualdade e com liberdade para tod@s! 

“A ideia, perseguida, é mais sublime, 
Pois nos rude ataques à opressão, 
A cada herói que morra ou desanime 
Dezenas de outros bravos surgirão.” 
 - José Oiticica 

Chamada para a fundação da NARC na íntegra:

Programação

16:00 – 16:30 – Mística de abertura
16:30 – 17:10 – Fala da Prof.ª Valéria de Marcos (FFLCH/USP): O Anarquismo – Kropotkin e Bakunin
17:10 – 18:00 – sobre o Lema; sobre o histórico do anarquismo; sobre a Construção Anarquista Brasileira; sobre a proposta de criação de uma frente de educação; sobre os princípios e metodologia do anarquismo especifista.
18:00 – 18:30 – Merenda
18:30 – 18:40 – Doc-Vídeo sobre o Anarquismo ontem e hoje
Local: CNBB – Travessa Barão do Triunfo, 3151, bairro do Marcos
Data: 30 de novembro
Horas: a partir das 16:00
Mais informações: Biblioteca Libertária Maxwell Ferreira ou narc@riseup.net
“É com enorme satisfação que a Biblioteca Libertária Maxwell Ferreira convida tod@s para o ato de fundação do mais novo núcleo pro anarquismo organizado, o NÚCLEO ANARQUISTA RESISTÊNCIA CABANA – NARC. Este núcleo é fruto de diversas lutas e resistências populares que ao longo dos anos vem caracterizando, no espaço e no tempo, desde revolução cabana a Amazônia em chamas, o nosso povo como combatível, indignado, ingovernável, insurgente. Nunca foi e nunca será de organizações políticas reformistas e traidoras da classe oprimida trabalhadora ou de lideres políticos, a missão de emancipação popular, “um povo forte não precisa de líderes” disse uma vez Emiliano Zapata. Se “o tirano não é produto de geração espontânea: é o produto da degradação dos povos. Povo degradado, povo tiranizado. O mal, pois, está ai: na massa dos sofridos e dos resignados, no amorfo dos que estão conformados com a sorte” bem definiu Ricardo Flores Magón. Assim, camarad@s, vamos rumo ao projeto de emancipação popular feita exclusivamente pelos populares, o objetivo finalista é o socialismo libertário! Pois, “não se trata, portanto, de chegar à anarquia hoje ou amanhã, ou em dez séculos, mas caminhar rumo à anarquia hoje, amanhã e sempre” Errico Malatesta.
Viva o socialismo libertário!
Viva a Anarquia!!”